Antes de arquitetar a flor, o
criador testou vários mecanismos de defesa para ela. Primeiro pendurou em seu
caule bolhas cheias de um líquido fedorento. Só que quando estouravam essas
bolhas o invasor ia embora, fugindo do insuportável fedor, mas a pobre flor
ficava empesteada com aquele cheiro pra sempre, perdendo todo seu perfume.
Entre as tantas tentativas, o criador teve a ideia de pendurar sininhos no
caule da flor para que quando fosse atacada os tais sininhos alertassem os cães
de guarda da flor. Acontece que os cães estabanados expulsavam o inimigo, mas
pisoteavam toda a pobrezinha. Outra tentativa foi eletrocutar o caule, mas as descargas
elétricas só faziam cócegas nos seres maiores e torravam os insetos polinizadores.
Os espinhos só passaram a existir para a flor porque numa época passada o
romantismo estava em alta e muitos amantes sem dinheiro passaram a roubar as flores
do jardim do criador para presentearem suas amadas. Era tudo muito lindo, mas
também muito fácil. Se o amante precisava ser carinhoso para tocar a sua amada,
ele precisaria também ser carinhoso para arrancar a rosa, ou sairia com as mãos
cortadas. A ideia da aerodinâmica afiada do espinho veio de um dia num futuro
muito depois da flor em que o criador arranhou a perna na quilha de uma prancha
de surf que estava fincada na areia da praia.
Música
do Dia: Kukukaya (Jogo da Asa da Bruxa) (Xangai).
Bicho
do Dia: Macaco (0465).
Filme
da Semana: Precisamos Falar Sobre Kevin (Lynne
Ramsay).
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