Meu sossego sempre acaba porque
escrever é sair do sossego. Embora eu quisesse poder sossegar nesse momento,
meu dever comigo mesmo de escrever diariamente me chama. Escrever é mais forte
que eu. Adio o sossego, mas não as palavras. Sou eu, a DOR, uma caça palavras. Qualquer
coisa em mim é motivo para uma palavrinha. Enquanto vou escrevendo o texto vai
tomando forma. Só que sei bem que forma não é necessariamente conteúdo, mas uso
palavras fáceis como isca para capturar as palavras mais difíceis. Palavra
chama palavra. Palavra tem muitos sentidos. E qual sentido de tudo isso mesmo?
Fazer o texto do dia! Tá feito. Não com a qualidade que eu queria. Queria mais
humor, mais dentes escancarados nas minhas palavras. Mas só capturei palavras
frias e calculistas. As palavras ou a falta delas tiram meu sossego. Sigo então
talhando palavras brutas para que, quem sabe amanhã, sejam mais afiadas e
acertem o alvo que são as palavras sonhadas. Rego as palavras sementes de hoje
para que um dia floresçam.
Música
do Dia: Onde Mora o Segredo (Arícia Mess) (De: Arícia Mess / Suely Mesquita).
Bicho
do Dia: Jacaré (3558).
Nenhum comentário:
Postar um comentário