Depois que o Ponto Final,
o Ponto de Exclamação, os Dois Pontos, o Ponto e Vírgula e a Vírgula foram extintos,
pouco se pode fazer, a não ser povoar o mundo com Pontos de Interrogação. Todos
os diálogos eram perguntas sem fim, cujas respostas iam se acumulando no Cemitério
das Certezas. Tentaram fantasiar o ponto de Interrogação de reticências, mas o
que se conseguiu foi uma pergunta ao cubo. Havia um boato de que ainda existia
uma última espécie de reticências, mas logo se descobriu que ela nada mais era
do que um ponto final de três cabeças e que já não era nem ponto final nem
reticências e sim o cão de guarda tricéfalo que protegia o Castelo da Dúvida. O
reinado dos Pontos de Interrogação perdurou por séculos nas terras altas e nas
terras baixas. Até que um dia tramaram contra os Pontos de Interrogação inventando
um novo sinal de pontuação e os dizimaram. Sobrou um só. Este último Ponto de Interrogação, pouco antes
de ser encontrado pelo Novo Sinal de Pontuação, ficou de ponta cabeça e sumiu
na multidão disfarçado de Jota. Ele sonha retomar o poder para que tudo volte a
ser como antes.
Música
do Dia: Rio-coração (Thamires
Tannous). (De: Peter Mesquita / Thamires Tannous / Edson Penha). (Esta
canção faz parte do recém-lançado CD de Thamires Tannous intitulado “Canto para
Aldebarã”).
Bicho
do Dia: Tigre (2487).
Filme da Semana: Ela (Direção: Spike Jonze).
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